O governo regencial havia nomeado para a província um presidente que não agradava a elite local, deixando os comerciantes e fazendeiros da região muito descontentes.
Embora por causas diferentes, o objetivo principal era a conquista da independência da província do Grão-Pará, unindo os cabanos (índios e mestiços, na maioria) e os integrantes da elite local (comerciantes e fazendeiros) contra o governo regencial nesta revolta. Os fazendeiros e comerciantes, que lideraram a revolta, pretendiam obter maior participação nas decisões administrativas e políticas da província. Já os cabanos pretendiam obter melhores condições de vida (trabalho, moradia e alimentação).
A Cabanagem gerou uma sangrenta guerra entre os cabanos e as tropas do governo central, tendo seu início em 1835. As estimativas indicam que cerca de 30 mil pessoas morreram durante os cinco anos de combates, segundo historiadores.
Os cabanos colocaram na presidência da província Félix Malcher, após ocuparem a cidade de Belém (capital da província) no ano de 1835. Porém, ao fazer acordos com o governo regencial, o fazendeiro Malcher acabou traindo o movimento. Revoltados, os cabanos colocaram no lugar o lavrador Francisco Pedro Vinagre (sucedido por Eduardo Angelim) logo depois de matarem Malcher.
O governo central brasileiro usou toda a força para reprimir a revolta, que ganhava cada vez mais força, contando até com o apoio de tropas de mercenários europeus. Finalmente, o governo regencial conseguiu reprimir a revolta, após cinco anos de sangrentos combates. A revolta terminou em 1840, sem que os cabanos conseguissem atingir seus objetivos e com muitos deles presos ou mortos em combate.