Invasões Holandesas no Brasil


No início do século XVII, o Brasil foi invadido pelos holandeses por duas vezes. A primeira tentativa de se estabelecer na região nordestina ocorreu em Salvador, na Bahia, em 1624 – a invasão durou apenas um ano. A segunda capitania a ser almejada foi a de Pernambuco. Esta última possibilitou o controle de quase todo o Nordeste por 24 anos, sendo a retomada do mercado comercial do açúcar o principal objetivo.

O litoral de Pernambuco era uma das áreas mais prósperas na produção de açúcar. Como o objetivo dos holandeses era dominar o comércio deste produto na Europa, a capitania brasileira foi um dos alvos mais importantes neste processo. Em 1633, a vila de Alagoas foi atacada e quase toda destruída. Dois anos depois ocuparam Porto Calvo.
A pretensão era alcançar a região dos engenhos, no entanto, as Milícias dos Descalços – guerrilheiros que se opuseram às invasões – dificultaram o avanço dos holandeses.

No ano de 1637, designado pela Companhia das Índias – organizações com objetivos comerciais –, o conde Maurício de Nassau desembarcou em Pernambuco. Sua função era consolidar o domínio holandês na região. Para isso, o militar de nacionalidade alemã ampliou a área já dominada instituindo um autêntico Brasil holandês. Entre as suas ações práticas estavam o alargamento do limite sul do território da Nova Holanda até as margens do Rio São Francisco, e a criação do forte, que levou o seu nome, próximo à vila de Penedo.

Pintura representando uma batalha

Durante a sua administração, Nassau também foi responsável pela criação de diversos hospitais e asilos, assim como pavimentou inúmeras ruas. Com Portugal se libertando do domínio Espanhol e criando um estado de desavença com o mesmo, um armistício – acordo que suspende temporariamente hostilidades entre os lados – de dez anos foi estabelecido com a Holanda. A decisão passou, em pouco tempo, a também valer no território brasileiro.

Não havendo mais a possibilidade de se tomar outras terras, devido ao estado de ‘trégua’, o conde passou a dedicar-se inteiramente à administração do território já conquistado. Nassau buscou ser aceito tanto pelos senhores de engenho quanto pela polução – realizou importantes melhorias nas cidades, promoveu folguedos para o povo, emprestou dinheiro para os proprietários rurais que tiveram suas terras destruídas em virtude dos embates e estimulou as ciências e as artes instituindo uma vida cultural desconhecida, até então, pelo Brasil colônia.

No campo econômico, propôs que a agricultura nordestina fosse desassociada da pecuária do Rio Grande do Norte. Já na política aumentou a participação das camadas gerenciadoras, incluindo portugueses, judeus e comerciantes.

O governo de Maurício de Nassau chegou ao fim em 1644 – quatro anos depois de ser instituído uma legislação para o Brasil holandês. A sua deposição foi aceita pela Companhia das Índias, com quem já não mantinha uma relação harmoniosa em decorrência de seus gastos vistos como excessivos.
Após Nassau deixar o governo, os conflitos entre os comerciantes holandeses e os senhores de engenho, que não estavam conseguindo pagar os empréstimos, intensificaram-se. A Companhia das Índias assumiu as dívidas, no entanto confiscou a produção dos engenhos.

Em 1654, depois de uma série de confrontos, os colonos portugueses – apoiados pela Inglaterra e Portugal – finalmente, conseguiram expulsar os holandeses do Brasil.