A gastronomia mineira é uma das manifestações culturais mais expressivas do estado, pois em cada parte do estado há uma comida típica diferente, com ingredientes encontrados com fartura no meio rural. Sua culinária encanta por meio das cores, dos sabores e dos aromas, e já é referência tanto para o turista nacional quanto para o visitante estrangeiro.
Foi a partir do século XVIII que a visibilidade de Minas Gerais passou a deixar marcas na culinária nacional. Os variados e criativos usos de ingredientes fazem parte de receitas passadas de geração a geração, chegando à nossa contemporaneidade. Um dos produtos que traduz a popularidade da gastronomia mineira é o tradicional pão de queijo, mas a riqueza de sabores do estado é grande. Veja a seguir alguns dos principais pratos da culinária típica mineira.
Arroz carreteiro
Comumente chamado simplesmente de “carreteiro”, o arroz carreteiro (ou arroz-de-carreteiro) é um prato típico da culinária brasileira, originário do Rio Grande do Sul. Surgiu quando os carreteiros (transportadores de cargas) que atravessavam o sul do Brasil em carretas puxadas por bois coziam em panela de ferro uma mistura de charque picada com arroz. Trata-se de um prato prático por sua simplicidade, facilidade de transporte e conservação.
A receita se espalhou pelo Brasil, incorporando-se à culinária mineira no período de exploração de ouro e pedras preciosas, e de expansão colonial em Minas Gerais.
Feijão tropeiro
O feijão tropeiro é um prato típico não só de Minas Gerais, mas também de São Paulo e Goiás. Desde o período colonial, o transporte das mais diversas mercadorias era feito por tropas a cavalo ou em lombos de burros. Os homens que guiavam esses animais eram chamados de tropeiros. Até a metade do século XX, eles atravessaram boa parte do estado de São Paulo, conduzindo gado. O feijão misturado à farinha de mandioca, torresmo, linguiça, ovos, alho, cebola e temperos tornou-se um prato básico do cardápio desses homens, daí o nome feijão tropeiro.
Tutu à mineira
O feijão é o alimento mais popular do Brasil. Prato mineiro por excelência, o tutu de feijão deve ser elaborado com sobriedade, em completo sossego, quase em segredo, como pede a alma montanhesca de Minas. Mineiramente, está mais para conspiração que para prato. De origem popular, o tutu resulta, basicamente, de uma bem dosada união entre a branquíssima farinha de mandioca e o caldo e caroços de feijão preto amassados. A palavra tutu vem do quimbundo quitutu, da língua africana “banta” mais falada em Angola, e significa “papão”. Papão refere-se a algo sobrenatural, que não existe no mundo real, algo fora do comum. Daí o prato chamar-se tutu, pois de tão bom, nem parece coisa desse mundo.